Entre Bandeiras, Lispectors, Holmes, Iracemas, Capitus, Shakespeares, Sócrates, Boticellis, Van Goghs, Drummonds, Lorcas, Nerudas e Becketts passei uma manhã fria de Junho, com a incumbência prazerosa de catalogar livros novos que chegaram à escola, perdia-me pela desatenção que eles me prococavam. Plásticos, carimbos, cheirinho de novo e olhares atentos e curiosos sobre o novo acervo literário, fiz um vôo para algumas reflexões sobre a importância da leitura e seu papel humanizador da sociedade.
Aqueles calhamaços em prosa ou verso são
matérias-primas capazes de feitos heróicos por circunscreverem lugares e
pessoas no tempo e espaço. Seja pelo plano ficcional ou real, trazem vozes que
tornam audíveis aspectos históricos, econômicos e sociais e que se lidas,
poderiam suscitar o debate ideológico de forma provocativa e contagiante ao
percorrer os meandros dos labirintos literários.
E
ao ocupar as estantes da biblioteca, território das letras, delega-se a
minuciosa cirurgia de operar imagens e épocas e que se trazido à cena da
sociedade, convida o leitor-espectador a assistir o espetáculo que representa a
liberação de qualquer dever de decoro da faculdade de pensar, o arbítrio das
ideias, a revolta das emoções.
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